Para ser considerado verdadeiramente excelente, um vinho deve ser histriónico, deve saber expressar a variedade de uva que por que é composto, mas acima de tudo deve descrever inequivocamente o terroir ao qual pertence.
Sempre houve uma ligação quase indissolúvel entre um vinho, a sua casta e o seu terroir (a palavra usada pelos mestres enólogos em França). Esse vínculo têm em conta as infinitas nuances que surgem do próprio terroir e do seu microclima, e é baseado numa interação mágica, onde a natureza é tão crucial quanto a engenhosidade e o comprometimento das pessoas que nela trabalham.

Nisso, baseia-se a escolha natural e espontânea de dividir os vinhos de acordo com o "local de nascimento", o primeiro item do seu "cartão de identidade". Em alguns desses locais, a viticultura está profundamente enraizada e, sobretudo, orientada pelas regras que valorizam a sua qualidade, enfatizando a região de proveniência, determinando a sua produção máxima, e bastante restritivas quanto ás técnicas utilizadas. Estes são elementos muito importantes que servem como garantia e ajudam os produtores a serem valorizados.

As pontuações, por exemplo, continuam a “idolatrar” os vinhos de Bordéus, numa pesquisa realizada pela Liv-ex em 2017, que selecionou mais da metade dos cem vinhos mundiais, os vinhos da Borgonha representavam 15% dos melhores vinhos do mundo, com os valores mais altos, mas acima de tudo muito coerentes ao longo do tempo e com uma capacidade ímpar de guarda

Em 2018, o desempenho de crescimento de preços foi de 9%, com um aumento médio positivo de 16% para os cem vinhos da lista. Seguem-se os italianos, onde a região da Toscana e Piemonte desempenham um papel de destaque. O crescimento contínuo foi registado nas áreas de Champagne e no Vale do Ródano, enquanto a Espanha ainda tenta timidamente encontrar um “lugar ao sol”, com ótimos vinhos e preços muito competitivos. O mesmo vale para o Chile.

Outras zonas que não podem ser esquecidas, no que diz respeito ao Velho Mundo, são a Alemanha, Portugal, Áustria e Hungria, enquanto que Napa Valley destaca-se no Novo Mundo, onde também são feitas referências à Argentina, Austrália e África do Sul. , embora este último país, como a Nova Zelândia e a Tanzânia, ainda não tenha referências vinícolas que se afirmem como produtoras de vinhos com potencial de investimento confiável.

Por Adolfo Magalhães. Fontes retiradas de  "The Perfect Wine Cellar" Chiara Gianotti.